Global Research: 21-08-2024,
A recente eleição presidencial na Venezuela chamou a atenção da imprensa brasileira para a atuação dos observadores internacionais. Um dos fatores para governos como os de EUA, União Europeia e Argentina deslegitimarem as eleições venezuelanas foi a participação de observadores internacionais supostamente sem independência política.
Não eram observadores independentes, disseram repórteres e comentaristas da Rede Globo. O Poder 360 noticiou que a Venezuela “barrou a participação de observadores da União Europeia”. Já O Globo afirmou que o Carter Center foi “um dos poucos observadores internacionais no país”. A Folha de S.Paulo apontou que as outras organizações que participaram dessas missões são “simpáticas ao chavismo”.
Uma das organizações que acompanharam o pleito foi a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Em nota publicada no dia 30 de julho, a entidade declarou que “o pleito ocorreu com respeito à constituição venezuelana e à legislação eleitoral, em um clima ordeiro, de paz e tranquilidade” – contrastando com as acusações de fraude, repercutidas pelos grandes meios de comunicação.
A ABJD também atuou como observadora nas eleições brasileiras de 2022, as primeiras em que observadores nacionais participaram. Naquele pleito, oito instituições nacionais e 120 observadores internacionais acompanharam o processo brasileiro. Um exame atento dessas organizações estrangeiras aponta que elas tampouco têm independência política.
As únicas entidades internacionais que participaram como observadoras das últimas eleições brasileiras que podem ser consideradas neutras e cujo financiamento de governos alheios aos de seus países é inexistente ou irrelevante são o Parlamento do Mercosul,